"As Mães de Chico Xavier"

O filme As Mães de Chico Xavier bem que poderia se chamar As cartas psicografadas por Chico Xavier, pois ele trata diretamente disso. No filme, que mostra homens e mulheres em busca de notícias de seus parentes que já desencarnaram, são elas, as cartas, que trazem conforto. Este foi o maior legado que Chico Xavier deixou.

O filme, apesar do rótulo de ser espírita, trata, na verdade, de fé, de vida, de continuidade de vida. E não estou dizendo de uma outra vida fora do plano terrestre. É desta mesmo. Mães que perderam a esperança de continuarem vivendo por não entenderem o porque da morte de um filho pequeno, e que ficam desorientadas para seguirem sua própria vida. Outras que "vegetam" por terem perdido filhos após excesso de drogas que os levaram à morte. Até mesmo aquelas que pensam em interromper a vida que está sendo gerada são objetos do filme.

Ele foi rodado a partir do livro de Marcel Souto Maior, Por Trás do Véu de Isis. Jornalista que é vivido por Caio Blat. Vanessa Gerbelli e Via Montenegro, ex-esposa de Nelson Xavier que interpreta Chico Xavier, interpretam as mães retratadas no filme. São fatos reais apresentados neste filme. É mais um documentário do que um filme de entretenimento. Por ter uma história pela qual vivi e vivenciei é que creio que você, se teve algo semelhante, vai se encontrar em "As Mães de Chico Xavier"


Abaixo você ouve a coletiva de imprensa que foi realizada com as presenças dos atores: Caio Blat, Vanessa Gerbelli, Via Negromonte, Paulo Goulart Filho e Gabriel Pontes, Marcel Souto Maior (jornalista e escritor, autor de Por Trás do Véu de Isis, que deu origem ao filme), Glauber Filho e Halder Gomes (diretores), e Leonardo Leal (produtor)



Obs: se você recebeu esta página e não abriu no seu computador vá até o blog Avant Première no link no final desta página e ouça a coletiva. São uma hora e dezoito minutos de curiosidades que não estão escritas em lugar algum. Ela não foi editada. Está sem cortes.


Ouça os comentários sobre o filme clicando aqui

Clique aqui e leia as notas de produção, os bastidores de "As Mães de Chico Xavier"


MEU DEPOIMENTO


Gilberto Pereira Teixeira foi um amigo que tive na década de 70. Estudávamos no Colégio de 1º e 2º grau Professor Roldão Lopes de Barros, situado na R. Colonia da Glória, 536, no bairro Vila Mariana, em São Paulo, capital. Também éramos colegas de trabalho. Ambos trabalhávamos como Menor Estagiário em Serviços Gerais (depois Menor Aprendiz) na Agencia Cambuci do Banco do Brasil.


Um dia resolvemos pedalar até o Pico do Jaraguá, em São Paulo. Só que para irmos com segurança, principalmente eu, tínhamos que fazer uma avaliação na bike. Eu ia utilizar uma "meia corrida" que meu pai tinha encostada. Ela só tinha três marchas. Como estava parada muito tempo compramos algumas sapatas de freio e outros equipamentos e quando chegou sábado, véspera de nossa "aventura", fomos até uma oficina para fazermos os últimos ajustes  necessários.

De lá nos dirigimos para os terrenos do Klabin, hoje um bairro totalmente urbanizado. Mas na época era fechado e somente usado por garotos, como eu, para andarem de bike ou skate.

Quando chegamos no ínicio da rua ele disse "tome cuidado pois logo depois daquela subida tem uma descida muito longa e você tem que testar os freios da bike". Dito isso colocou a 1ª marcha, e eu também. A 2ª, e eu também. Depois que colocou a 3ª eu fiquei pra trás, afinal só ia até aquela. E não o vi mais. Ao chegar no topo da rua que ele falou, vi a longa descida e ele lá na frente. 

Mas poucos segundos depois vi a bike dele virar um "T", pois a roda da frente virou para a direita e o vi capotando algumas vezes. Logo fui ao seu encontro e disse "você pede para eu tomar cuidado e você faz uma dessas?". Ele estava  "enroscado" na bike. Assim que liberei as pernas da bike pedi para ele levantar-se. Com muito esforço ele o fez. Ficou sentado, apoiado pelos braços. mas percebi que estava um pouco tonto, pois não fixava os olhos. Logo em seguida caiu novamente deitado sem dar tempo de segurá-lo. E vi que a coisa era séria! A violência com que bateu com a cabeça no asfalto foi muito grande.

Como estava pesado, além de suado, não conseguia levantá-lo. E naquele local não era de passagem, como citei. Mas, não sei de onde, apareceu um rapaz que perguntou "precisa de ajuda?" Eu, imediatamente disse que sim. Expliquei o que havia acontecido e pedi para ele ficar com o Gilberto enquanto eu desceria o morro onde lá embaixo via-se um telefone público. 

Chamei meu primo, Ricardo, que veio com o fusca de meu tio e levamos para o Pronto Socorro do Ipiranga. Após conseguir dar entrada, liguei para a família,  contei o que ocorreu e logo chegaram para poder transferí-lo para a Beneficiencia Portuguesa, onde eu, o Gilberto e o Sr. Ludgero, pai dele, por sermos funcionários do Banco do Brasil, tínhamos convênio e seria tratado com mais recursos.

Foi feita uma cirurgia no cérebro. Foram quatro dias torturantes... Mas... ele desencarnou. Só que a "tortura" só havia começado. Dias depois fui chamado na polícia para prestar depoimento. Foi aberto um inquérito e eu era o principal suspeito. Isso porque o IML quando emitiu o atestado de óbito colocou que a causa-mórtis foi devido a "ferimentos no crania causados por forte pancada na cabeça". Isso poderia ser uma paulada, uma barra de ferro, ou qualquer outra coisa, menos uma queda de bike!!. Foram horas de depoimento e em todas elas o delegado tentava me confundir com os horários que eu havia chegado na casa dele, ou na oficina, ou mesmo no Klabin.

Enfim, o caso foi arquivado, mas ainda existiam outras pessoas que eu pensava que estavam me culpando. A família! Pensei "o delegado não me conhece, por isso  está levantando suspeitas sobre mim, mas o que dirá a família?". Para minha tortura, o pai dele, Sr. Ludgero, também trabalhava na mesma agência que nós (eu o filho dele). E eu buscava correspondências no setor dele. O de cadastro. Toda vez que olhava para ele era como se estivesse me incriminando.

Aquilo me deixava cada vez mais incomodado. Não sei precisar, agora, quanto tempo já havia se passado, quando recebi um contato da família pedindo para eu ir à casa deles pois tinha algo para me mostrar. Eu fui, mas ainda receoso. O que queriam de mim?

Ao chegar, disseram que a mãe do Gilberto, querendo buscar um consolo para seu coração apertado de saudade, foi até Uberaba falar com Chico Xavier. E tinha uma carta que ele psicografou que era do Gilberto. E mais, que nela estava um trecho endereçada a mim. Ao ler tive um misto de satisfação, alívio, e vergonha. Estava escrito "diga ao meu velho amigo para deixar de querer  suicidar-se só para saber o que aconteceu, pois foi como ele contou" , ou algo muito próximo disso.
Nunca imaginei ser "absolvido" de um crime que eu não cometi, que me livraria da culpa e dos olhares que eu via e que pareciam me condenar, e que esta "absolvição" viria justamente do Gilberto!!

Por isso sei bem o que as mães, pais, parentes, amigos e colegas retratados neste filme, passaram. É, como eu citei no início, um documentário, não um filme de entretenimento.

Enquanto terminava de escrever meu depoimento, veio a vontade de ilustrar com a foto do Giba, mas eu não me lembrava de ter alguma com ele. Fui então no Google. Mesmo achando que não teria, fui. Eis que digitei Gilberto Pereira Teixeira e.... apareceram tres imagens. Não dele, nem de pessoas, mas de documentos. Cliquei para ver do que se tratava e vi que é um documento em ingles. O que estaria fazendo um nome brasileiro em um documento desses? E que documento seria esse?

Ao abrir o documento pedi para encontrar o nome dele. E vieram tres citações. Na segunda eu gelei!! Tinha não somente o nome dele como também o de Chico Xavier! E mais à frente "18 year old". A idade que ele tinha quando desencarnou!

Cliquei na página. E enquanto passavam "eternos segundos" para a página completar, a ansiedade, a curiosidade, vinham com a taquicardia, com a respiração ofegante, e ora até sem respiração nenhuma!! E lá, não só está falando sobre ele (Gilberto) como também tem a mensagem que foi psicografada pelo Chico Xavier, e nela, a citação semelhante à que eu escrevi em meu depoimento, quando a traduzi do ingles!

Se antes, em 1977, quando ocorreu o fato, eu fiquei surpreso por ter sido absolvido da culpa por ele (Gilberto), agora, em 2011, não foi menor esta surpresa! Por que eu encontraria novamente este texto 33 anos depois?

No site em questão investiga as histórias que estão por trás das cartas psicografadas por Chico Xavier. Clique aqui e confira. Pode ser que tenha lá de alguém que voce conheça! 


Se após assistir ao filme ou mesmo depois de navegar pelo site citado, quiser comentar, o espaço é seu. Fique à vontade!!

BELAS ARTES apresenta “A Última Sessão do Cinema”

O Belas Artes, um dos cinemas mais antigos e tradicionais da cidade de São Paulo, na esquina da Consolação com Paulista, anuncia para esta quinta-feira, dia 17 de março, o encerramento de suas atividades depois de um ano de funcionamento sem patrocínio. 

Isto não significa o fim definitivo do Belas Artes. “A proposta de difundir o que há de melhor na cinematografia mundial, ofício acompanhado apaixonadamente por cinéfilos de tantas gerações, não deixará de existir, já que estamos em busca de um novo endereço”, afirma André Sturm, sócio-proprietário e programador oficial do cinema. 

Desde janeiro, André está em intensa negociação com os advogados do proprietário do imóvel onde o cinema funciona, porém não chegou a um acordo em relação ao valor do aluguel. Com isso, as últimas sessões do cinema de quinta-feira, das seis salas do Belas Artes, exibirão seis grandes clássicos da filmografia mundial, homenageando os fãs do cinema. 

No Tempo do Onça, que reúne os irmãos Marx e reis da comédia: Groucho, Chico e Harpo, foi dirigido por Edward Buzzell, compositor e ator, que se tornou estrela da Broadway.
Estrelado por Rudolph Valentino, O Águia, do diretor Clarence Brown, mostra a rebeldia de um soldado russo que é rejeitado por uma imperatriz. Brown, dirigiu a estrela Greta Garbo em dois dos seus maiores sucessos: A Carne e o Diabo e Anna Karenina.

O filme italiano Queimada! é uma aventura histórica, que ocorre numa ilha ficcional nas Caraíbas, que pertencia a Portugal. Baseado na história do Haiti, o longa é protagonizado pela galã Marlon Brando e dirigido por Gillo Pontecorvo, conhecido por A Batalha de Argel. 

O Leopardo é o filme mais pessoal de Luchino Visconti. A história é ambientada nos anos 1860, quando a Itália vivia umas das épocas mais conturbadas do país, conhecida por Risorgimento. Toda a essência da obra viscontiana passa por este clássico do cinema, já que Luchino era aristocrata de nascimento, comunista por convicção, e se considerava um homem fora do seu tempo.

O Joelho de Claire, melhor filme em San Sebastian, indicado ao Globo de Ouro de filme estrangeiro e Prix Louis Delluc, é um dos melhores trabalhos do diretor Eric Rohmer . O forte de O Joelho de Claire não é a ação, mas os diálogos e as belas paisagens do charmoso Lago de Annecy, que fica no leste da França, bem próximo aos Alpes.

Para finalizar, não há como deixar de fora o incrível Federico Fellini e sua a obra prima A Doce Vida, filme vencedor da Palma de Ouro de 1960.  Ambientado em Roma, A Doce Vida conta a história de um jornalista de origem humilde, que enfrenta uma crise de consciência por estar sempre atrás de fofocas da alta sociedade, usando-as como fonte para seus artigos. O protagonista é Marcello Mastroianni, considerado o maior ator da Itália e um dos melhores atores de todos os tempos. 

Programação:

Quinta-feira, 17 de março
Sala 1/Villa-Lobos: A Doce Vida
Horário: 21h
Sala 2/Candido Portinari: No Tempo do Onça
Horário: 21h30
Sala 3/Oscar Niemeyer: O Leopardo
Horário: 20h30
Sala 4/Aleijadinho: O Joelho de Claire
Horário: 21h30
Sala 5/Carmen Miranda: O Águia
Horário: 21h20
Sala 6/Mario de Andrade: Queimada
Horário: 20h20

Sinopses:
 
A DOCE VIDA
(La Dolce Vita)
Direção: Federico Fellini
Elenco: Marcello Mastroianni, Anita Ekberg e Anouk Aimée.
 
Roma, início dos anos 60. O jornalista Marcello vive entre as celebridades, ricos e fotógrafos que lotam a badalada Via Veneto. Neste mundo marcado pelas aparências e por um vazio existencial, freqüenta festas, conhece os tipos mais extravagantes e descobre um novo sentido para a vida.
 
O LEOPARDO
(Il Gattopardo)
Itália, 1963, cor, 205 min., 14 anos.
Direção: Luchino Visconti
Elenco: Burt Lancaster, Claudia Cardinale e Alain Delon.
 
Sicília, durante o período do "Risorgimento", o conturbado processo de unificação italiana, o príncipe Don Fabrizio Salina testemunha a decadência da nobreza e a ascensão da burguesia, lutando para manter seus valores em meio a fortes contradições políticas.
 
QUEIMADA!
(Queimada!)
Itália/França, 1970, 115 min., 14 anos.
Direção: Gillo Pontecorvo
Elenco: Marlon Brando, Renato Salvatori e Evaristo Márquez.
 
Numa de suas melhores interpretações, Marlon Brando é um agente britânico que insufla a revolta numa colônia portuguesa e depois a esmaga com cinismo. O filme foi proibido durante anos no Brasil.
 
NO TEMPO DO ONÇA
(Go West)
EUA, 1940, p/b, 80 min., livre.
Direção: Charles Riesner
Elenco: Groucho, Chico, Harpo. Marx Bros. e John Carroll.
 
Nesta louca comédia os irmãos Marx vão para o Oeste, um lugar onde o sol sempre brilha, a diversão nunca tem fim e onde eles passam a perna em um ladrão de terras.
 
O ÁGUIA
(The Eagle)
EUA, 1925, p/b, 70 min., livre – mudo.
Direção: Clarence Brown
Elenco: Rodolfo Valentino, Vilma Bánky e Louise Dresser.
 
Uma czarina russa é apaixonada por um soldado, mas ele a rejeita. Por isso, ela pede a cabeça do rapaz a prêmio. Ao mesmo tempo, ele resolve usar uma máscara e se tornar o Águia, um justiceiro popular no estilo de Robin Hood. Mal sabe ele que sua principal vítima é pai de uma outra jovem por quem está apaixonado.
 
O JOELHO DE CLAIRE
(Le Genou de Claire)
França, 1970, cor, 105 min., 14 anos.
Direção: Eric Rohmer
Elenco: Jean-Claude Brialy, Aurora Cornu e Béatrice Romand.
 
Um diplomata passa as últimas férias de solteiro às margens do lago Annecy. Lá ele reencontra uma amiga que alugou um quarto na casa de uma senhora e suas duas filhas, Laura e Claire. Logo a amiga avisa que Laura está interessada nele, incentivando-o a ter um último namoro antes do casamento. Mas o diplomata está mais interessado em Claire, tendo um desejo obsessivo de acariciar seu joelho.
 
Ingressos:
R$ 18,00 e R$ 9,00 (meia-entrada).
 
Belas Artes
Rua da Consolação, 2423
Cerqueira César
São Paulo - SP
Tel.: 3258-4092
www.pandorafilmes.com.br

O RETRATO DE DORIAN GRAY

Dorian se encanta com sua própria imagem no retrato
Este filme mostra o que a vaidade pode fazer com uma pessoa. Poder é algo que pode corromper. Este poder, em O Retrato de Dorian Gray, faz com que todas as mulheres (não somente elas, homens também) fiquem à mercê da sedução de Dorian, intensificado pelo bon-vivant Henry Wotton, que o apresenta à sociedade local e aos prazeres hedonistas que a cidade oferece. Por ser narcizista, Dorian aceita que lhe pintem um retrato. Ao vê-lo pronto, afirma que "daria sua própria alma para ter eternamente aquela aparência." 

Precisamos tomar cuidado com o que pensamos, sentimos, e principalmente VERBALIZAMOS com sentimento o que pensamos, pois podem acontecer!

O poder o afasta de seu amor singelo

Os anos passam e, como um "highlander", continua com a mesma aparência. Só que diferente deste último, o lado malígno continua no quadro. Muitas atrocidades são cometidas, orgias, etc, no decorrer do tempo. Mas não é só do lado do desfrute sexual que ele se vangloria e usufrui. Como no "toque de midas", onde tudo virava ouro no toque, e acabava que até alimentos não conseguia ingerir, este poder da jovialidade a qualquer preço também o deixa longe do prazer singelo, romantico, que ele tenta reverter.

É uma bela história. Coisas para se refletir. É baseado no livro homônimo de Oscar Wilde, considerado um dos grandes escritores irlandeses do século XIX. Dorian é interpretado por Ben Barnes, protagonista de "As Crônicas de Nárnia: Príncipe Caspian" e "As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada", com a participação do vencedor do Oscar 2011 de Melhor ator, Colin Firth por Discurso do Rei, que dá vida a Henry

Eu não li o livro, mas normalmente quando é adaptado para as telonas, perde-se um pouco do muito que a mente consegue criar e fatalmente nos frustramos. Como não o li, não senti isso. Se você o leu, assista, e depois faça seu comentário.

Ouça meu comentário sobre o filme

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